terça-feira, 20 de julho de 2010

Cada um é parte do todo?

Minha intenção ao criar o blog era de escrever aqui uma vez por semana sobre os assuntos que surgem na mídia, um assunto que tem gerado bastante polêmica nas últimas semanas é o caso do goleiro Bruno, não há jornal, revista, mercadinho ou até mesmo parada de ônibus em que não se comente esse assunto. Já deparei com pessoas defendendo ele e pessoas que atirariam ele aos cães, nessa hora surgem psicólogos, policiais, peritos, até um pouco de videntes em cada cidadão. O Bruno, de uma forma um tanto quanto absurda, se tornou mania nacional. Se ele é culpado ou não é, se ele mandou ou não mandou, se ele viu ou não viu, não sou eu que vou dizer, mas digo sim, que mais uma vez vem à tona o nosso sistema falho.
O social e educacional me reporto a família, ao lar, a cultura e um ambiente decente ao qual o Bruno não teve acesso na infância. Se o meio faz a pessoa, francamente, ele não teria como ser diferente, digamos que ele pulou a matéria de valorização do ser, por mais que ele seja inocente, em momento algum se mostrou preocupado ou sequer abalado com tudo isso, nem com a possivel morte brutal da amante e muito menos com u suposto filho. Há quem diga que a tal Eliza era prostituta, Maria Chuteira, que teve o que mereceu por arruinar a vida de um jogador. Eu digo que ela poderia ser o que quisesse, Maria Chuteira só existe porque tem jogador que procura e se não queria filho, que usasse o cérebro, desde sempre sabe-se que quem não tem cabeça...paga o preço! Agora vai pagar um preço bem mais alto do que uma simples pensão ou teste de DNA, por mais que ele seja inocentado, o que eu acho difícil. Se ele estava preocupado que o assunto chegasse a mídia, perdão, mas santa ignorância, mil vezes aparecer nos programas de fofoca por causa de um teste de paternidade do que por homicídio.
Quanto ao sistema público, me refiro a polícia, que por favor, tá nisso até os olhos. Nesse ponto podemos agradecer ao Bruno ou seja lá quem fez a Eliza sumir, pois graças a isso, esse escândalo de uma polícia falha chegou ao conhecimento de todos, a ponto de eles nem saberem quem faz parte da corporação ou não. Agora todos sabem que assim como a Igreja trata seus pedófilos com sigilo, a polícia também abafa seus casos de indisciplina, se é que atirar pessoas aos cães é um simples ato indisciplinar.
O que me preocupa de fato é a visão das pessoas quanto a tudo isso, a análise que fazem dessa enchurrada de informações, e se em algum momento elas olham para si e ao seu redor. Não digo que devemos nos abster de notícias ruins ou acompanhar casos como esse, mesmo porque, esse está sendo noticiado, há muitos outros por aí cometidos por um João Ninguém que ocupa uma notinha pequenina no jornal. Enfim, já abraçou teu filho hoje? Já disse a ele o quanto ele é especial? Já conversou com teus pais? Deu um oi para os amigos? Passou um sentimento que valha a pena adiante? O que isso tem a ver com o assunto? Tudo! Não desejo uma sociedade alienada, muito pelo contrário, desejo uma sociedade unida, ciente do que se passa, mas ciente também que antes de qualquer coisa, é importante passar adiante o que é bom, quem sabe assim outros Brunos não tenham a chance de virar notícia.
Porém, ao falar de repassar algo de bom, não posso esquecer que o limite também vem no pacote, afinal, também temos o caso do adolescente de Florianópolis, nessas horas que penso, a justificativa pro pobre entrar pro crime é a pobreza, e a do rico qual é? Eu coloco a culpa no excesso.

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